terça-feira, 20 de junho de 2017

Geração Déjà vu


Minha geração, ou pelo menos aqueles que eu convivi estão adoecidos e assim estão por suas próprias escolhas.
Nossas escolhas, os caminhos que traçamos; ainda que na nossa juventude inconsequente; Ainda que o fizéssemos em campo inconsciente, nos trouxeram resultados.
É inevitável colhermos os frutos do que plantamos ao tempo de nossa vida; Ainda que ruins; Ainda que não os quiséssemos; Ainda que não fosse nossa intenção.

Por exemplo, na juventude é cool beber muito, é cool experimentar entorpecentes, é cool extravasar. 
Mas, o que não percebemos, e é aí que vem a sutileza das nossas escolhas é que: se não separarmos o tempo da diversão e o tempo da obrigação, isso trás consequências ruins. 
É certo que tínhamos poucas opções de diversão à época. O ponto de encontro eram os bares, festinhas de amigos, muitas bebidas e pouca cultura.

Divertir pode, o que não pode é permanecer.

Permanecer gera prejuízos / Permanecer limita nosso crescimento / Permanecer nos enfraquece / Permanecer nos adoece.

Amortecemos o olhar. Condicionamos nossa mente a achar interessante somente quando estamos amortecidos.

Entorpecemos a nossa mente, pois assim o feio fica belo, a conversa vazia fica cheia, as tristezas viram alegrias, os questionamentos interiores, aqueles que nos fazem crescer, ficam adormecidos.

Dos fatos que constatei daqueles que assumiram compromissos inconscientes, e que acabaram por trazer para si ou para outrem, infelicidade.

Aos que contraíram matrimônio - mas esqueceram de que existem obrigações - estão vivendo um casamento infeliz.

Aos que tiveram filhos - mas esqueceram de assumi-los - estão sofrendo a dor de não serem ouvidos.

Aos que não se comprometeram - com nada e nem ninguém - vivem sem nada e sem ninguém.

Triste constatação.
Aos que de alguma forma sobrepujaram a isto, restaram poucos amigos para conversar, sadiamente.
Aos que permaneceram lá, onde não deviam, qualquer tanto é muito para deixá-los alterados. Sejam em suas tristezas, sejam em suas amarguras, sejam em suas culpas, sejam em seus surtos, sejam em seus devaneios.
Uma coisa é certa, transitar nesse mundo, não te edifica, porque por lá você passou, e não verá nada diferente do que já é, só é mais do mesmo.
Aos que sobressaíram, ou porque não abdicaram dos estudos, ou da leitura, ou da elevação espiritual, ou respeitaram as responsabilidades adquiridas, para esses, ainda existem caminhos a trilhar, pois não permaneceram, e sabem que tem muito ainda que aprender, sempre.
Aqueles que permaneceram, ainda que caminhem, espiritualmente estão parado
Quanto a mim, eu nunca perco as esperanças daqueles, mas sei, que para mudar, tem que se responsabilizar; se reconhecer errado; se habituar a mudar; trilhar caminhos opostos aos que já foram caminhados, e para isso, é necessário se manter vívido, e não entorpecido.

Meire Bessa

 

Nenhum comentário: