quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O que te faz preso?

O que te faz preso? 

Geralmente quando achamos que temos pessoas ou objetos que nos pertence, isso nos faz preso.

Quem se conscientiza que nada tem, logo é livre, pois nada possui, nada o prende.

Equilíbrio seria ter e não se apegar.

O apego nos deixa preso.
Sendo assim, se tivermos a consciência de que o que temos não nos pertence, mas apenas está sob nossos cuidados e entendermos que ainda sob nossos cuidados existe a probabilidade de perdermos, seja pessoas, seja coisas.

Isso sim nos deixaria livre. 

O "ter" sem se apegar é concretizar uma consciência da verdadeira situação humana. Pois o que na verdade possuímos? 

Meire Bessa
Tenham pensamentos de bem e não de mal, isso nos faz sãos.


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Eu me canso das pessoas



Eu me canso das pessoas.

“Quando me detenho em um lugar e tenho a esperança de que as pessoas se ajudarão e que todos vencerão igualitariamente, digo isto, no sentido da justiça (iguais como iguais e os desiguais como desiguais), e vem o tempo, e me estapeia o rosto e me faz perceber que tudo que fiz para tentar melhorar o ambiente foram interpretados erroneamente, isso me cansa.”

Atos de amor para com o próximo são discernidos como puxa-saquismos, criando um sentimento diverso do almejado e sendo substituído por ciúmes e inveja.

As pessoas estão cegas emocionalmente.

Não discernem o bem do mal.

Confundem intenções de graças com desgraça.

Estão acostumadas com migalhas e a abundância fazem-nas mesquinhas.

Isso me cansa.

Canso-me do olhar dessas pessoas.

Das interpretações amaldiçoadas. 

Se eu permanecer, terei que me adequar e isso eu não quero.

Não quero essa falsidade, essa superficialidade, esse egoísmo, esse materialismo.

Eu gosto de pessoas, queriam tê-las ao meu lado, queria poder compartilhar valores, mas onde não há mudanças não posso me deter, sob o risco de me adequar.

Almejo pessoas leves, onde haja um nível equilibrado, sem exaltação e barulho por nada.

Leveza.


Meire Bessa
 UBUNTU "Eu sou o que sou, pelo que somos todos"


terça-feira, 20 de junho de 2017

Geração Déjà vu


Minha geração, ou pelo menos aqueles que eu convivi estão adoecidos e assim estão por suas próprias escolhas.
Nossas escolhas, os caminhos que traçamos; ainda que na nossa juventude inconsequente; Ainda que o fizéssemos em campo inconsciente, nos trouxeram resultados.
É inevitável colhermos os frutos do que plantamos ao tempo de nossa vida; Ainda que ruins; Ainda que não os quiséssemos; Ainda que não fosse nossa intenção.

Por exemplo, na juventude é cool beber muito, é cool experimentar entorpecentes, é cool extravasar. 
Mas, o que não percebemos, e é aí que vem a sutileza das nossas escolhas é que: se não separarmos o tempo da diversão e o tempo da obrigação, isso trás consequências ruins. 
É certo que tínhamos poucas opções de diversão à época. O ponto de encontro eram os bares, festinhas de amigos, muitas bebidas e pouca cultura.

Divertir pode, o que não pode é permanecer.

Permanecer gera prejuízos / Permanecer limita nosso crescimento / Permanecer nos enfraquece / Permanecer nos adoece.

Amortecemos o olhar. Condicionamos nossa mente a achar interessante somente quando estamos amortecidos.

Entorpecemos a nossa mente, pois assim o feio fica belo, a conversa vazia fica cheia, as tristezas viram alegrias, os questionamentos interiores, aqueles que nos fazem crescer, ficam adormecidos.

Dos fatos que constatei daqueles que assumiram compromissos inconscientes, e que acabaram por trazer para si ou para outrem, infelicidade.

Aos que contraíram matrimônio - mas esqueceram de que existem obrigações - estão vivendo um casamento infeliz.

Aos que tiveram filhos - mas esqueceram de assumi-los - estão sofrendo a dor de não serem ouvidos.

Aos que não se comprometeram - com nada e nem ninguém - vivem sem nada e sem ninguém.

Triste constatação.
Aos que de alguma forma sobrepujaram a isto, restaram poucos amigos para conversar, sadiamente.
Aos que permaneceram lá, onde não deviam, qualquer tanto é muito para deixá-los alterados. Sejam em suas tristezas, sejam em suas amarguras, sejam em suas culpas, sejam em seus surtos, sejam em seus devaneios.
Uma coisa é certa, transitar nesse mundo, não te edifica, porque por lá você passou, e não verá nada diferente do que já é, só é mais do mesmo.
Aos que sobressaíram, ou porque não abdicaram dos estudos, ou da leitura, ou da elevação espiritual, ou respeitaram as responsabilidades adquiridas, para esses, ainda existem caminhos a trilhar, pois não permaneceram, e sabem que tem muito ainda que aprender, sempre.
Aqueles que permaneceram, ainda que caminhem, espiritualmente estão parado
Quanto a mim, eu nunca perco as esperanças daqueles, mas sei, que para mudar, tem que se responsabilizar; se reconhecer errado; se habituar a mudar; trilhar caminhos opostos aos que já foram caminhados, e para isso, é necessário se manter vívido, e não entorpecido.

Meire Bessa

 

terça-feira, 28 de março de 2017

Extração




Notei, sentindo na pele, que existem pessoas que conseguem extrair o nosso pior. 
Passam-nos uma energia negativa, capaz de nos tirar de nós.

Conseguem extrair um sentimento de raiva, que se germinada virá ódio.

Conseguem nos tirar a paciência, que cultivada viram intolerância.

Tiram nos a paz, que ao longo do tempo, viram tormento.

Tiram nossa alegria, e no lugar deixam tristeza.

Tiram nosso ser, e no lugar deixam vazio.

Elas plantam, ao longo de um convívio permitido, sua sementinha do eu, com frases comuns como: “eu não gosto”, “eu odeio”, “eu detesto”, "eu abomino", e que na verdade fazem muito do que repelem. 
São pessoas tóxicas.

Essa convivência, permitida, acabará por te tornar assim, caso não houver um distanciamento seguro.

Não pare para observa-las, pois que inevitavelmente ficará como elas.

Porquanto, começará a odiar/detestar/abominar/desgostar de tudo. E, logo estará retirando de outros a paciência, a paz, a alegria e o ser, deixando no lugar um vazio e um sentimento ruim. 
Estará você também gerando o sentimento de mal em outras pessoas, pois que falando sobre o mal logo ficará mal. 
Consequentemente ficará impaciente com os outros e eles inevitavelmente se afastarão de você, pois nada de bom sairá de sua boca. 
E, quando observar, você verá somente seu umbigo, tendo ele como centro do seu universo; e sua visão de mundo será; como tudo deveria ser feito à partir da sua perspectiva mesquinha e narcisista.


Ainda lutando contra o mal.

Meire Bessa



terça-feira, 23 de junho de 2015

Impressões da vida


À medida que medito, sobre a minha vida, percebo e entendo que, o que mais me causa sofrimento é não se encaixar nos padrões deste mundo. 
Às vezes, tenho atitudes à frente do meu tempo e em outras quero a simplicidade dos tempos antigos. 
Não me sinto bem nesse processo de aceleração. Muita informação trás pouca qualidade.
Priorizei trabalho, colhi stress.
Sensação de que corri, corri e morri na praia. Percebi que não plantei bons frutos, portanto, no meu caso o trabalho me deu uma dignidade vã. 
Tenho boa fama: pessoa confiável, competente e rápida. Mas, mesmo assim empobreci. 
Empobreci minha saúde, empobreci de amigos, empobreci meu espírito. 
Ao que parece, o mais importante ficou de lado; a simplicidade, a tranquilidade, o processo de desaceleração quando se está a beira de um rio.
Ler um bom livro.
Amigos e família. 
Brincadeiras.
Novas experiências.
Gratidão.
E se tiver sorte, oportunidades.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Fogo amigo

A expressão "Fogo Amigo" é usado geralmente por soldados em campo de batalha quando por uma fatalidade o ataque parte dos mesmos integrantes do grupo. É o inesperado.


Baseado nesta expressão, passo a discorrer sobre a traição feita por ente próximo. Geralmente existem duas motivações para isso, inveja e ciúmes. Imensurável o mais prejudicial, acrescente a isso o fator inesperado "o amigo".
Bem, recentemente pude experimentar os dois lados num mesmo dia e antes de escrever tal texto, esperei bem todos os sentimentos que passo a citar se esvaírem para não lançar mão deles.
O primeiro "fogo amigo" motivado pela inveja foi de tamanha mesquinhez que os detalhes sórdidos serão poupados, aqui restará apenas à análise do sentimento humano. O primeiro impacto de quem sofre esse tipo de traição é a surpresa, questionamentos, incompreensão, raiva, tristeza, desilusão e desapontamento, contribuindo assim para mais uma pedrinha que se forma no muro que se constrói a cerca do nosso coração. 

O mecanismo de defesa para esse tipo de comportamento é se precaver, pois existem dezenas de pessoas se definhando por guardar mágoa no coração, por esse tipo de motivação injustificada, sim, é certo que não há justificação para tal comportamento, nada que tenha por motivação a inveja é algo justificável.
Não pare nos porquês, como se existisse um, o sentimento inveja é movido pela vontade de ter, ser, o que você é, ou que pensa o que você é. Isso pode se tornar até lisonjeiro se olharmos por outro ponto de vista. 

O fato é que depois de levar o tal fogo, dificilmente passamos a ser os mesmos, a desconfiança passa a nos acompanhar e lá se vai uma parte da boa-fé que tivemos com as pessoas, passamos  a confiar, desconfiando, e a chave para isso é ser você mesmo de mão única, sempre se resguardar, já dizia o mestre: - sede, pois, simples como as pombas e prudentes como as serpentes.
A segunda motivação do fogo amigo, o ciúmes, apesar de serem sinônimos, existe uma tênue diferença entre os dois.
No ciúmes, geralmente a pessoa já "possui" a coisa ou a pessoa, existe aí um sentimento de posse, é o famoso "é meu e ninguém tasca", essa motivação passional que extrapola a razão do amor, é pura desconfiança, esse sentimento advém da baixa autoestima das pessoas, querem se promover através de objetos ou pessoas, não se bastando suficiente, joga toda a responsabilidade do seu ser em outra pessoa. Precisa disso ou daquilo para existir, se promover.

É ilógico, como já dito, pois se há a presunção de que a pessoa já "possui" o bem, o que se espera deste amigo é apenas que haja compreensão, benevolência, cuidados, para que se concretize a permanência. Pois agindo assim, a reciprocidade passará a ser singular. Neste caso o dano a pessoa atacada gera apenas acúmulo, pois o que se presumia uma parceria, passar a ser individual, retraído, defensor, seco. O efeito da ação é bastante dolorosa, e se esvai rapidamente, mas o da reação e vagarosa e sempre deixa resíduos que restaram em acúmulo, que em algum momento poderá tanto transbordar ou apatizar, ao que sofreu a ação. Sendo dolorosa tanto o transbordo quanto a apatia, pois que a primeira sendo radical pode até gerar atitudes que trarão resultados e a segunda será a pior forma de reação, pois que aos poucos instala-se a indiferença para com a outra pessoa.
Meire Bessa
28/04/2014